OS HOLOFOTES SE APAGAM, MAS O ARTISTA NÃO MORRE
- Ingrid Garcez

- 29 de out. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de nov. de 2019
Por Samuel Martimiano
Muitos gostam de estudar música, ir ao cinema, teatro, admirar uma pintura ou escultura. Mas o que as pessoas não valorizam é todo o trabalho de bastidor. O Brasil sempre foi uma nação que respira arte, principalmente, a música.
Grandes nomes surgiram no cenário musical ao longo do tempo, dentre eles Heitor Villa-Lobos, maestro e compositor, que viveu de 1887 a 1959, e considerado um dos principais, se não o principal compositor da música clássica brasileira, com destaque para as “Bachianas Brasileiras”, entre elas, “O Trenzinho do Caipira”. Mesmo assim, ainda hoje, muitos artistas sofrem para viver do que gostam de fazer.
As dificuldades começam na hora de encontrar um lugar para aprender ou se aperfeiçoar. Muitas cidades do país não têm sequer uma escola ou espaço para que crianças, adolescentes e adultos aprendam alguma arte.
“Tive dificuldades sim”, afirma o pianista Eduardo Barros, ao contar que para estudar música teve que ir para outra cidade, já que onde morava não tinha e ainda não tem uma escola de ensino musical.
Além da dificuldade na hora de aprender a arte, a falta de incentivo por parte dos poderes públicos, dos pais e familiares são outros problemas no meio da trajetória dos artistas.
Isso se agrava ainda mais quando o cenário são as cidades de interior. “Falta de oportunidades e de incentivo”, relata o ator e jornalista Tiago Bezerra. Sobre situação que enfrentava quando vivia da carreira artística. “Sempre precisei encontrar alternativas para ampliar a renda”, completa.
Enfrentar esses obstáculos, muitas vezes, faz com que a pessoa opte por trocar a carreira. A busca por uma estabilidade financeira, principalmente, é o que mais pesa na hora dessa decisão. “Ter a certeza de um salário fixo ao fim do mês se tornou uma de minhas prioridades”, explica Tiago ao falar sobre a sua decisão de sair dos palcos e ser um jornalista.
A mudança de carreira, no entanto, não significa apagar tudo o que você construiu ou é. Deixar os palcos, os instrumentos, as sapatilhas, os pincéis, não é passar a borracha no seu eu artístico, mas sim dar uma apagada nas luzes, sempre lembrando que uma hora ou outra elas vão voltar acender.





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