Carta aberta a "eu" do presente
- Ingrid Garcez
- 20 de jan. de 2021
- 1 min de leitura
A vida toda você disse que “queria ter mais tempo” e não se deu conta de que isso não é possível. Não importa o que aconteça, ou a “barra” que esteja enfrentando, todos os seus dias terão a mesma duração, exceto o dia do seu último suspiro. 24 horas diárias. Nada a mais e nada a menos.
E foi dessa forma, praticamente irônica, em um dia tumultuado e movido a surtos pela falta de tempo, que você percebeu. Não é preciso mais tempo, na verdade você precisa se dar um tempo. Reexaminar suas prioridades, reconsiderar as vontades, rever o lugar que tem na sua própria vida. Tirar um tempo só para si e fazer aquilo que realmente quer. Afinal, ninguém viverá sua vida no seu lugar.
Talvez você tenha sido dura demais consigo. Talvez tenha se cobrado excessivamente. Não se permitiu descansar, errar ou fraquejar. Só que se esqueceu que isso é inevitável, a vida te coloca em situações que fogem do seu controle toda hora. Na balança diária, não importa o que você ganhou, mas sim quem está ao seu lado. Sim, é ótimo ter a sua independência, porém não há nada de errado em pedir ajuda. Isso não te torna uma pessoa fraca, pelo contrário, mostra que é corajosa o suficiente para reconhecer que não conseguirá sozinha.
Assim como você, muitos já perderam tempo desejando algo a mais, sendo que na realidade nós precisamos de menos. Menos orgulho. Menos reclamações. Menos mágoa. Menos ansiedade pensando no que podemos ser, para aproveitar aquilo que já somos. O tempo não é curto, ele é suficiente para viver o presente.

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